“Pulso” conta com 11 faixas e é caracterizado por Pedro Franco e João Mota – dupla que forma os Um Corpo Estranho – como uma “catarse repleta de memórias de um imaginário colectivo, de batalhas travadas e de demónios exorcizados, que cultiva o negro mas busca incessantemente a luz”.
Todos os temas de “Pulso” comungam de algo que tem crescido cada vez mais como uma característica inerente a esta banda setubalense: a portugalidade. Esta característica pode ser encontrada tanto na sonoridade como nas letras que, uma vez mais, são todas na língua de Camões.
Mas para João Mota e Pedro Franco escrever o álbum em português não é de todo mais simples, já que há constantemente um confronto entre a língua e o que se quer transmitir através dos temas. “Acho que abrimos uma espécie de caixa de pandora, nesse sentido, porque escrever em inglês, por exemplo, filtra muito do que os sentidos absorvem. Fica muita coisa de fora e muita coisa abstracta. Seria de esperar que fosse mais imediato escrever em português, mas as canções revelavam-se mais exigentes, mais caprichosas”.
“Pulso” assume-se assim como um trabalho bastante peculiar e revelador de um universo já muito próprio dos Um Corpo Estranho. Este é um trabalho, tal como o nosso país, carregado de alegorias, superstições, símbolos e arquétipos.
Este segundo disco de originais dos Um Corpo Estranho surgiu das “diferenças entre os dois, já que o que nos separava era também o nosso ponto de encontro. No fundo é um jogo de cartas entre dois velhos amigos, com a competição saudável que é própria de tal. Por vezes o Pedro surge com uma melodia, por vezes o João trauteia qualquer coisa, e depois é laboratório, é tempo de recolhimento, cada qual para o seu lado e criar intimidade com o tema. No fim é vê-lo dar os primeiros passos e retirar o excesso do processo”.
“Pulso”, novo trabalho dos Um Corpo Estranho, é um álbum editado e distribuído pela Lusitanian Music e a Malafamado Records.
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